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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

CLEUSA CYRINO PENHA
( BRASIL – PARANÁ )

 

Reside em Paranavaí – Paraná.
Publicou: Retalhos D´Alma, Bocas Famintas, Tesouro do Carpinteiro, Lua Nova, Garimpeiros da Felicidade, Amor. Paixão Magia, Quem cuidará de nossas crianças.

 

ANTOLOGIA DEL SECCHI,  2005. Organização Roberto de Castro Del´Secchi.  Rio de Janeiro: Del´Secchi, 2005.  328 p. 14 x 21 cm  ISBN 85-8649-14-3  No. 10 231
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em novembro de 2024.
 


Foto: You Tube 

 

DO SERTÃO À POESIA
Em minha lembrança o sertão era assim: povo do sítio, do pé da serra e da rua, gente que se via em dia de feira, na missa, na festada padroeira”   Heleno Ramalho

 

Poetizar sertanejos, hoje, eu até que me arriso
Contando as tantas vidas nas bandas si São Francisco
Índio, português, negro, padre, mulato, guerreiro
Espanhol e holandês, mamelucos, pele queimada
Suor grudado no peito, gente com cheiro de chão
Foi formando o sertanejo, o homem do nosso sertão
Cangaceiro, violeiro, repentista, guiadô de carro de boi,
entre palmeiras de babaçu fazendo o coco despencar,
meninas, mocinhas, mulheres, vivem só para trabalhar.
De madrugada à noite, elas vão o coco quebrar,
Prá fabricação de óleo, sabonete e alimento gerar.
Canção do quebra coco nas veredas do ô lelê
As tristes meninas moças sem ter mais o que fazer,
todo santo dia pisando o duro chão da poeirenta estrada
Comida de fogão de barro, macaxeira e jerimum
Felicidade significa só as lembranças de cada um.
Assim vão a Ernestina, Aparecida, Valentina e Rosa Maria
Maria do Carmo, Rosileide, Das Dores e Juraci
A mulherada envelhece lá no sertão do Jiquiri.
algum vintém cada dia, calo na mão, ferida no pé
Enriquecendo toda indústria, só empobrece a Mazé
Lindas mulheres sofridas das tristes lutas vividas.
Um casamento arrumado, menina moça engravida
Lata d´água na cabeça rezando pra Virgem Maria
Não “nasci naquela serra num ranchinho à beira chão”
“todo cheio de buraco onde a lua faz clarão”.
Disse apenas:
“Cabocla, teu olhar tá me dizendo que você gosta de mim”
“que você tá me querendo. Cabocla não te dou meu coração”
“Hoje você me quer muito, amanhã não quer mais não”.
Não morei “no rancho fundo bem prá lá do fim do mundo”
Nasci no sertão nordestino, vivi meu sonho de menino.
Sou simples, pobre,caipira, mas cultuo o meu país.
Não troco o meu sertão por qualquer chão que nada diz.
Apesar da vida simples, vivo em paz, em liberdade.
Nasci e vou morrer sertanejo. Sertanejo de verdade.

*
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Página publicada em novembro de 2024


 

 

 
 
 
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